Para mim, a necessidade de viajar sempre ultrapassou a vontade de conhecer lugares famosos e turísticos. Eu também quero estar nesses lugares, é óbvio, mas sempre busco um toque a mais, e foi esse plus de objetivos turísticos que me proporcionou o que hoje chamo de minha bagagem mais valiosa: a consciência da diversidade.
Minha mente criativa sempre foi fértil. Para cada lugar do qual ouço falar e que nunca visitei, imagens se formam na minha mente. No entanto, sempre quis mais; nunca desejei apenas imaginar com base em informações desconexas que acabo encontrando.
Por isso, se me convidarem para ir até uma cidade vizinha, no interior do interior, da qual eu só ouvi falar, tô dentro. Jamais perderia a oportunidade de, finalmente, poder abastecer o “banco de imagens” da minha mente com imagens reais.
Sabe quando você chega diante daquele ponto turístico maravilhoso que costuma ser amplamente romantizado em filmes e em vídeos de turistas, com uma música de fundo; mas tudo o que você vê é uma arquitetura ao som de carros passando, gente falando alto e turistas se embolando ao redor para tirar uma foto?
Então, é dessa parte aí que eu gosto: humanizar o ponto turístico.
Nas filmagens publicadas nas minhas redes sociais, só me obrigo a colocar uma música de fundo quando o barulho ao redor está ensurdecedor, como uma criança chorando bem ao meu lado ou uma pessoa falando mais alto do que todas as outras centenas por ali. Depois, sempre me arrependo, porque gosto de ver e mostrar a realidade sem os estereótipos explorados até a exaustão.
Os rótulos estão sempre carregados de ignorância
É batata! Quando alguém diz que “naquele estado as pessoas são assim”, tenha certeza de que não são; não todo mundo, não um estado inteiro. E, no fim, talvez ninguém seja.
E nem estou falando daqueles costumes regionais e culturais que as pessoas costumam pensar que são praticados o tempo todo. É até compreensível pensar isso, considerando que esses costumes acabam sendo o ponto de referência daquela região para as outras do país.
Eu me refiro a esteriótipos, entende?
De que lá só tem pobreza, lá todo mundo é rico, lá todo mundo é inteligente, lá é isso, lá é aquilo.
Esse lá sempre carrega milhões de pessoas de variadas regiões, sendo que o verdadeiro lá, se é que existe, costuma referir-se a uma pequena parte das pessoas e do local.
E deixa eu te contar uma coisa: Atravessando vários estados brasileiros de carro e fazendo algumas paradas, eu vi coisas que jamais se enquadrariam em um único e miserável lá.
Reconhecendo as diversidades, mesmo sem conhecê-las
Viver em diferentes locais me trouxe uma grande noção de diversidade do mundo.
Até agora, eu não estive em outro país, nem visitei todos os estados brasileiros — e mesmo que tivesse visitado, não poderia dizer que conheci o país todo.
Ainda assim, essa consciência das particularidades locais e da quebra de esteriótipos proporcionou-me uma espécie de preparação para as diversas culturas que existem no mundo.
Eu não aceito mais descrições que englobam uma nação inteira, principalmente quando feitas pelo senso comum: “porque todo mundo diz que lá é assim”.
Também aprendi a entender o contexto histórico que levou aquele local a ser o que é; muitas explicações vêm de lá. E a respeitar o lugar do outro, que muitas vezes é o melhor lugar do mundo para muita gente.
Viajar para conhecer lugares, pessoas e costumes diferentes dos nossos é uma experiência que, quem tem condições, não pode deixar de experimentar, para poder ter consciência do tamanho do mundo e da nossa própria dimensão também.
Viaje através dos livros: Conheça os 5 livros que te farão viajar por diferentes partes do mundo
Uma ótima opção para quem não pode desbravar o mundo é a leitura de livros de ficção.
Por enquanto, vamos focar em lugares reais, mas explorar mundos fictícios onde tudo é possível é uma delícia também.
Separei 5 livros que se passam em locais bem diferentes do que estou acostumada a ver e que me fizeram sentir como se estivesse muito longe de casa.
O cenário de “A Pintora de Henna” é a Índia dos anos 50. A protagonista é uma mulher determinada que luta por sua independência. Durante a leitura, imaginei os cenários belíssimos que assisti na novela “Caminho das Índias”.
2. Verônica e os pinguins – Hazel Prior
Verônica, aos 85 anos, decide passar uma temporada na Antártica para conhecer um centro de estudos com pinguins — e decidir se deixará toda a sua fortuna lá—, mesmo os cientistas responsáveis pela pesquisa implorando para que ela não vá! Amei o conceito de estar chique na geleira.
3. A pequena loja de venenos – Sarah Penner
Este livro traz duas linhas do tempo em Londres: o século XVIII e os tempos atuais. Em alguns momentos, as duas histórias se esbarram e é interessante conhecer cada cantinho de Londres e suas passagens no tempo.
4. Um romance grego – Yvette Manessis Corporon
Os acontecimentos de “Um romance grego” se passam na ilha de Erikousa que, claro, fica na Grécia. Foi uma delícia conhecer os costumes daquela região em um cenário simplista e charmoso.
5. O livro dos anseios – Sue Monk Kidd
Este polêmico livro conta a história de Ana, a esposa de Jesus — isso mesmo, meus amigos. Existe uma teoria, da qual eu nunca tinha ouvido falar até conhecer este livro, sobre o fato de Jesus ter tido uma esposa. A história de Ana, baseada nessa teoria, apresenta em segundo plano alguns dos principais acontecimentos da vida de Jesus. É como ler uma história bíblica, mas por um ângulo bem diferente.
Ana é determinada e ambiciosa e tem o desejo latente de escrever, o que era uma atividade bem limitada para as mulheres da época. As aventuras de Ana nos levam a uma imersão pelos cenários da Galiléia e Nazaré de um jeito que só quem lê vai conhecer.
Fica aqui meu conselho final:
Se puder: Viaje, explore, leia, conheça e aconteça!
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É uma expansão da mente extremamente necessária. Obrigada! <3