Nasci e cresci na cidade de Criciúma, no sul de Santa Catarina. Meu pai costumava trazer livros usados para casa e, assim, cresci rodeada por livros de todo tipo. Mesmo sem saber ler, tentava decifrar as figuras e letras, alimentando a vontade de criar minhas próprias histórias.
O acesso a novos livros não era uma realidade próxima de mim. Até que, na escola onde cursava o ensino médio, descobri que poderia selecionar livros na biblioteca para ler. Aquela sala decorada com prateleiras repletas de livros se tornou meu mundo particular. Minhas primeiras leituras, que escolhi por conta própria, foram os livros de Paulo Coelho, todos os que pude encontrar, e me apaixonei.
Ser escritora e escrever meus próprios livros era um sonho distante que parecia jamais se realizar. Naquela época, as pessoas deveriam escolher carreiras como medicina, advocacia, contabilidade ou educação. O ideal era “trabalhar no computador”. Mas escrever livros? Que caminho era aquele? Eu não sabia como Paulo Coelho tinha conseguido, mas certamente eu não conseguiria. E é importante lembrar que a internet ainda não era uma ferramenta popular.
Abandonei meu sonho de escrever livros e, mais tarde, ingressei na faculdade de Jornalismo. Eu gostava de ler e escrever, então parecia a escolha certa. Modéstia à parte, eu mandava bem nos textos, e a professora de redação jornalística sempre me lembrava disso.
Mas… talvez o jornalismo não fosse exatamente o que eu queria fazer, e, somando ao fato de que a mensalidade era muito além do meu salário como costureira de roupas, acabei desistindo, um ano depois. Fiz um curso técnico de Administração de Empresas, e a matéria que mais me agradava era Contabilidade, então parecia ser a escolha certa. E foi. Por um bom tempo. Concluí o curso de Ciências Contábeis recebendo plaquinha de honra ao mérito por ter alcançado a nota máxima no TCC, entregue diretamente pelas mãos do jornalista Mário Motta, que foi contratado para ser o orador da minha formatura — e a quem eu havia conhecido seis anos antes em um evento do curso de Jornalismo.
Oito anos se passaram e aquilo já não fazia mais sentido. Nunca fez. Deixei a vida me levar, e ela me levou. Agradeci por tudo que vivi até ali, mas era hora de tomar o controle da minha vida. O que fazia sentido, então? O que tocava meu coração? Escrever! Eu queria contar histórias, traduzir sentimentos em palavras e impactar as pessoas. Foi só nesse momento que descobri o mundo literário na internet e a possibilidade de ser lida. Não que fosse fácil, mas estava mais próxima de conseguir do que vinte anos atrás, quando eu era apenas uma sonhadora com os livros de Paulo Coelho nas mãos.
Desde então, passei a acompanhar autores na internet e a entender como tudo funciona. Realizei cursos de escrita criativa e de como escrever livros de ficção. Eu estava exatamente onde queria estar. E, há quatro anos, deixei o mundo dos números para me dedicar inteiramente às palavras.
Em 2020, publiquei meu primeiro romance no formato digital, um drama ambientado no período natalino. Agora, em 2023, além de iniciar a produção de conteúdo para o meu blog, abordando tópicos que venho estudando, estou prestes a lançar mais dois projetos com gêneros de drama e suspense psicológico. Como entusiasta da tecnologia, os impactos do avanço tecnológico na sociedade são temas cada vez mais presentes em minhas obras.